terça-feira, 10 de julho de 2012


O peso das horas é avassalador... E não digo daquelas que já se passaram, mas de todas que ainda estão por vir. Tudo isto é imobilizante. Deixa-me perplexa diante da vida, de tal maneira a me congelar, paralisar, tornar-me inerte. Ora se isto não é um veneno?! Disto, não tenho qualquer dúvida. Queria mesmo era saber qual o antídoto. Dizem-me tente! Mas se a própria tentativa é frustrada face à paralisia anterior. E o que fica disto tudo são apenas mentiras, engolidas, sufocadas, no dia a dia... Viver? Já não sei o que significa, temo mesmo nunca ter tido esta experimentação. Lá fora a vida manifesta-se em meio a um céu laranja, dando boas vindas à noite, pessoas vêm e vão, fazendo suas caminhadas, tudo o que eu queria era um pouco de fôlego, quem sabe. O dia foi bonito, sei disto quase que como profeticamente e foi apenas mais um em que não pus os pés para fora, nem senti o sol, alem daqueles singelos raios que teimam em penetrar pela janela do meu quarto.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Entre sentidos e desejos

Novamente esta ausência de sentido me faz desejar o desconhecido. E isto está tão forte que talvez eu consiga me perder neste processo, o que seria muito bom.

Este padrão não mais se sustenta, quero mesmo é mergulhar de cabeça na existência pura. Ao passo que estes passos coordenados, retilíneos, racionalmente projetados perderam a graça e não encontro mesmo qualquer força em levantar uma perna para continuar seguindo este caminho.

Ao mesmo tempo vejo que o desconhecido não fica tão longe, do outro lado do mundo, num país curioso e esta percepção é o que mais me incomoda.

Ora se o desconhecido esta aqui, por que ele não se revela aos meus olhos? E se ele é tão desconhecido assim como se posta, por que meu coração em chamas, palpita, sufoca e me leva a sua busca incessante, como se eu o conhecesse bem?

Parece que sei o que procuro, não um saber consciente e por isso tão verdadeiro.

Mas ainda tonta, levada de um singelo desespero, não consigo sentir o meu toque neste desconhecido, ou o seu toque em mim.

E neste desvario, continuo minha saga em sua busca, na crença de que dias de tranqüilidade e paz interior virão e a vida seguirá bailante e cadente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Mundos

Titubeante ainda, persigo meu destino. Firme e forte, na cadência que se impõe por necessidade. Por vezes meio zonza, recuando até. Visualizando paisagens distantes, que no fundo no fundo sequer são visadas.

Segura, insegura. Depende do dia, de qual ângulo observo a luz que me rodeia. De onde vem? Do outro, de mim, de ambos ou de nenhum? Divina? Bom, vá se saber!

Aquela música me vem à mente, tocando sem parar naquele trecho, como que para mostrar a obviedade das coisas e ironicamente, a sua profundidade...

"Não acreditem!
No primeiro mundo
Não acreditem!
No primeiro mundo
Só acreditem!
No seu próprio mundo
Só acreditem!
No seu próprio mundo...

Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Meu primeiro mundo
Não!
Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Meu primeiro mundo
Não!
Seu próprio mundo
É o verdadeiro
Primeiro mundo
Então!..."*

Compreensiva a repetição das frases utilizada pelo autor. Ah, a arte! Um balão de oxigênio, puro, para toda esta poluição. E para quem está, enfim, aprendendo a respirar, é um tesouro. Porque já que começamos com um choro, é justo terminarmos com uma bela canção.

* Eu despedi o meu patrão - Zeca Baleiro.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Hoje

Há uma força dentro de mim que me leva ao desconhecido. No início hesitei, querendo direcioná-la. Para onde? Confesso que não sabia e ainda mesmo não sei. Mas hoje, minha respiração se torna cadente, quase que como uma música embalada pela realidade. Hoje sou e estou num único ser, consistente na inconsistência. Hoje eu vou de encontro a mim.

domingo, 13 de março de 2011

Se fosse só sentir saudades...

Você novamente tem razão. Se fosse só sentir saudades... seria até fácil. Mas não, é muito mais do que isto. É uma sensação de algo que é impossível descrever na sua totalidade. Fico aqui me perguntando por que sinto isto diante de toda esta novidade boa que se opera na minha vida. Eu deveria estar super excitada com o que estar por vir. Mas hoje, meu amigo, só consigo pensar que amanhã não estarei ao seu lado, como toda segunda-feira destes últimos anos. Que não brigarei contigo porque você não me trouxe lanche, ou aquele trident que te pedi, ou quem sabe ainda aquele band-aid que sempre preciso quando uso um sapato novo, muito embora você nunca tenha deixado de me trazer estas coisas quando eu lhe solicitava rsrsrs. Ainda, fica aqui na minha cabeça uma série de preocupações se você está bem, se está conseguindo ser feliz, ou melhor, se continua lutando pela sua felicidade, o que é o mais importante. Eu acredito muito em você. E você sabe disto. Só que antes de qualquer coisa, você deve acreditar em si mesmo. O resto é conseqüência.

Sabe, as sensações aqui estão tão confusas, tão embaralhadas. Às vezes me dá um medo, um medo de tudo isto que não conheço. E eu não tenho você aqui pra compartilhar tudo isto. Pra me ajudar a respirar, sabe... me dizendo, calma ...  inspira... expira... devagar... vamos de novo... Sempre me dizendo coisas, que mesmo que de imediato eu não entenda - chore e esperneie, diga que vou embora - mais tarde farão todo o sentido. Nunca tiveram tanta paciência e compreensão para comigo e do fundo do meu coração eu sou eternamente grata, principalmente porque você não tinha qualquer tipo de obrigação para isto.

Neste exato momento as lágrimas são inevitáveis. E estou me agarrando veementemente à idéia de que você não irá me esquecer, porque eu cultivo um amor muito sincero por ti. Como você mesmo disse, não é o fim, não é o fim, não é o fim, não é o fim... quem sabe repetindo eu consiga parar de me desesperar com esta idéia. Eu queria poder te dizer tanta coisa mais, é muita coisa. Mas por enquanto peço apenas que não se esqueça de mim e nunca desista de si mesmo. Enquanto a mim, continuo ai do seu lado, lembre-se disto, sempre.

Com amor,

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Eu

Tento respirar. O ar me falta. Juntei tudo o que sobrava de força desta minha fraqueza pra me encarar e me dizer tudo aquilo que eu te disse hoje. Por que você me olhou daquele jeito? Por que minha mente não pára de olhar para este olhar seu? Por que isto aperta meu peito assim?
Passamos por muito, é verdade. Desta vez talvez eu passe. E fico feliz em saber que não vou deixar você aqui. Porque hoje você anda meu amigo e como anda!
Assim, creio que cumpri o meu papel, pois agora ‘tá contigo’, como sempre deveria ter estado. A ti deixo aquele abraço apertado, que sempre nos damos depois um período ruim, como se para demonstrar ao universo que isto nos uniu ainda mais e nos deixou mais fortes. Espero deixar mais, assim como estou levando. É justo.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Era uma vez...

Nos dias atuais, uma dificuldade, entre várias, está se destacando. Identificar o que é real e o que é ilusão, o que é verdadeiro e o que é falso. Quebrar este ciclo vicioso mecânico que se tornou o ato de fazer escolhas. E muitos atropelos estão acontecendo neste processo, a exemplo da paixão mencionada no post anterior, pura ilusão. Prometi leitor, não tocar neste assunto com você, eis que ele me é tão dificultoso. Sim, eu me enganei. Eu cometo erros! Bom, mas enfrentada esta situação, passemos adiante. Esta identificação perpassa pelos mais singelos detalhes da minha vida, o que eu quero, o que eu sinto, o que eu faço ... e é tão ampla. É como se eu tivesse construindo um personagem literário, tendo que aprofundar-me no seu íntimo, no seu ser, conhecê-lo bem.  Só que ao contrário de antes, hoje esta obra é escrita em primeira pessoa. Eu estou com o papel e a caneta na mão, agora vamos fazer história...